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terça-feira, 28 de maio de 2013

O direito à calçada em Marabagunça

No Correio do Tocantins

25/05/2013

 Carros ficam nas calçadas e pedestres no meio da rua 


A vida do pedestre em Marabá está ficando cada vez mais difícil, com motoristas e motociclistas transformando as calçadas em estacionamento. Sem ter por onde caminhar com segurança, os transeuntes são forçados a disputar o leito da rua com os veículos, colocando em risco a própria integridade física.
Os pedestres reclamam, protestam e dizem que falta mais educação aos condutores. Estes, em sua defesa, dizem que o fluxo de veículos crescente em Marabá e a falta de planejamento estão deixando a cidade sem local para estacionar, sobretudo nos horários de maior movimentação.


O Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU), por seu turno, afirma que faz fiscalizações constantes, multa e até reboca diariamente carros e motos flagrados em calçadas, mas critica o condutor, que insiste em estacionar nas calçadas.
Claudean Costa, flagrado pela Reportagem do CORREIO DO TOCANTINS, na Avenida Tocantins, no Bairro Novo Horizonte, andando pelo meio da rua, lavando o filho pela mão, disse que diariamente corre o risco de ser atropelado. 
“Ninguém nos repeita, nem motorista nem motociclista. Ocupam as calçadas e nos obrigam a andar pelo meio da rua”, protesta ele, que diariamente vai levar e buscar o filho na escola, temendo que o menino possa sofrer um acidente. “O trânsito está muito intenso em Marabá. Temos de tomar muito cuidado”.
Wellington Gonçalves, outro pedestre flagrado caminhando pelo leito da rua, disse que falta de educação aos condutores em relação ao pedestre: “Marabá a cada dia tem mais carros e pessoas nas ruas e não está se preparando para receber essa demanda”, opinou ele, criticando a atuação do DMTU: “Eles pensam mais em multar do que em educar. O pedestre é obrigado a andar pelo meio da rua, se arriscando a sofrer um acidente”.
Para o estudante Gustavo Rodrigues Nascimento, de 10 anos, ocupar as calçadas com carros e motos “é muito errado”. “Temos de caminhar pelo meio da rua. Outro dia, por causa disso, uma colega minha escapou de ser atropelada. Eu mesmo corro muito riscos ao andar pelo meio da rua todos os dias”, disse o menino, que anda cerca de um quilômetro entre a escola e a casa dele.
Josias Mendes, que veio Parauapebas para Marabá esta semana procurar atendimento em uma clínica radiológica, foi flagrado pela Reportagem na calçada do estabelecimento e, sorrindo, admitiu: “O brasileiro é assim mesmo, faz tudo errado”, prometendo que iria estacionar em outro local.


Joyce Targes, que circulava pela Folha 32 à procura de um local para estacionar, por pouco não ocupa a entrada de uma rampa para cadeirantes: “O fluxo de pessoas e veículos é muito grande. Não temos espaço para estacionar, é difícil, complicado”, lamentou ela, afirmando que continuaria circulando até encontrar um local que não fosse calçada nem destinado a deficientes.(Eleutério Gomes)

Um comentário:

Anônimo disse...

Dr. Ademir, não sou contra as multas por acaso impostas a quem estacionar nas calçadas. Porém, há que se rever algumas situações que acontecem em nossa cidade com o beneplácito ou omissão do poder público. Falo das centenas e centenas de mototaxistas que hoje tem privilegio de ter estacionamento em áreas privilegiadas nos núcleos da cidade em detrimento e falta para os proprietarios de carros. Cito tambem a monopolização e uso por montadoras de áreas como praças, calçadas e estacionamentos para guarda e propaganda de vendas, principalmente na N. Marabá. Em 29.05.13, Marabá-PA.