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quarta-feira, 6 de março de 2013

O tamanho do rombo

No Manuel Dutra:


Parauapebas exporta mais que São Paulo. Veja se entende

O município de Parauapebas, no sudeste do Pará, exportou em janeiro de 2013 mais que o município de São Paulo, a cidade mais rica do Brasil e da América do Sul. Entendeu bem?
Trem da Vale, 24 horas sem parar levando a "exportação do Pará". De quê serve? Ao  Pará, nada.
São Paulo é capital do estado mais industrializado do continente americano, atrás apenas dos USA. Parauapebas é sede do município que hospeda o maior centro de rapinagem de minério de ferro do mundo, Carajás, pertencente à Vale. O Estado de São Paulo é celeiro de indústrias de todos os tipos; o Pará é o paraíso das mineradoras, empresas que de tão pouco que deixam no Estado que vale dizer nada deixam aos paraenses.
Cargueiro recebe soja em Santarém: quem lucra? Os paraense, nada.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Parauapebas é 0,741, médio. O IDH da cidade de São Paulo é 0, 841, elevado.

O IDH do Estado de São Paulo é 0, 833. O IDH do Pará é 0, 755.

O Estado de S. Paulo tem 2,7% de sua população vivendo em extrema pobreza, conforme dados de 2010. No mesmo ano, o Pará registrava 19,2% de sua população em extrema pobreza.

São Paulo exporta produtos industrializados, além de alimentos. O Pará exporta matéria-prima. São Paulo, com a sua indústria cria empregos do Brasil.O Pará, ao exportar minérios e soja, gera empregos na China, Japão, USA, Canadá, etc.

Agora responda, caro e eventual visitante deste blog: qual país, qual região, qual província ou estado ficaram ricos exportando matéria-prima? Se assim não fosse, a África seria, pelo menos, remediada. E a Amazônia, que exporta matéria-prima há 400 anos? A nossa pobreza é proporcional ao volume de riquezas naturais que exportamos em séculos e continuamos exportando, sem nada industrializar aqui.

Barcarena, quase aqui dentro de Belém, exporta alumínio, mas esta cidade não tem sequer uma fábrica de bacias ou penicos a partir do minério que é semi-beneficiado a 40 quilômetros de distância. Santarém exporta cada vez mais soja, mas ali não se fabrica sequer uma gota de óleo de cozinha ou uma grama, apenas, de qualquer outro produto da soja. Relação colonial às escâncaras, tal qual foi desde o começo!

Assim é por esta Amazônia inteira...
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A seguir, matéria  do jornalista Evandro Corrêa, publicada ontem em O Liberal, de Belém:
Sucursal do Sul e Sudeste do Pará:

Parauapebas, no sudeste do Pará, foi o município brasileiro que mais exportou no mês de janeiro passado, com vendas externas no montante de US$ 719,328 milhões. Os quatro outros maiores exportadores brasileiros foram São Paulo (US$ 679,875 milhões); Rio de Janeiro (US$ 524,349 milhões); Santos (US$ 486,221 milhões); e Itajaí-SC (US$ 325,696 milhões). Além de ter o maior valor em exportações, Parauapebas também alcançou o maior saldo comercial do período (US$ 710,860 milhões), seguido por Santos (US$ 354,544 milhões); Nova Lima-MG (US$ 284,834 milhões); Anchieta-ES (US$ 244,708 milhões); e São Gonçalo do Rio Abaixo-MG (US$ 167,029 milhões).

No primeiro mês deste ano, os maiores valores em importações foram registrados em São Paulo-SP (US$ 1,074 bilhão); Manaus-AM (US$ 1,056 bilhão); São Sebastião-SP (US$ 1,047 bilhão); e em São Luís-MA (US$ 1,041 bilhão). Em Parauapebas, o carro-chefe das exportações é o minério de ferro, extraído pela mineradora Vale. No Pará, não é apenas Parauapebas que representa bem o Pará na balança comercial nacional. Barcarena, por exemplo, é o 19º colocado entre os 2.232 municípios exportadores e o 10º em superávit, deixando para trás a própria capital do Pará e São Luís, capital do Maranhão, a maior rival de Barcarena, por conta do porto da na cidade maranhense. Canaã dos Carajás é o 3º que mais exporta no Pará, figurando na 76ª colocação nacional, bem como sendo o de número 43 do país em saldo positivo.

Ananindeua, Oriximiná, Ourilândia do Norte, Abaetetuba, Almeirim, Breu Branco, Castanhal, Floresta do Araguaia, Xinguara, Santarém também representam bem o Pará lá fora. O Pará tem 57 municípios considerados exportadores. Em 2010, só de janeiro a maio, o Estado exportou 5% de todo o Brasil, ou US$ 5.539.718.764. A época, as cinco empresas que mais contribuem na balança comercial paraense são: a Vale, com US$ 3.492.733.937, ou 63,05% das exportações; a Alunorte, com US$ 539.740.143, ou 9,74%; a Albras, com 335.444.311, ou 6,06%; a Sidepar, com US$ 92.885.263, ou 1,68%; e a Rio Capim Caulim, com US$ 86.020.446, ou 1,55.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ô Demir! Sabe qual real relação entre o Sul do Pará e o Maranhão via VALE?
Vai minério, vem miséria; com o aval é lógico, do Tio Jader e Titio Sarney. Kkkkkkkkk

CEBINHO