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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

biblioteca pública pra que?


A diretoria da EMEF José Vergolino enviou “Nota de Esclarecimento” sobre meu artigo “Inovação educacional” da semana passada, sobre o fim melancólico da Biblioteca Ilan Jadão, ali instalada há pelo menos dez ou 12 anos.
Dizem a diretora Aparecida Noceti, sua vice Lucília Nascimento e a coordenadora pedagógica Nilva Gomes, que no decorrer desses anos “não foram mais designados funcionários para trabalharem no local e a biblioteca ficou fechada. O acervo de livros, que há muito tempo estava defasado e se deteriorando sem que o órgão responsável tomasse qualquer providência quanto ao funcionamento da biblioteca e a manutenção e reposição de novos  livros. Como a biblioteca foi “esquecida” pelo órgão responsável e era impossível deixá-la aberta por falta de funcionários o local, a equipe gestora decidiu utilizar o espaço como sala de leitura, onde a professora sempre tinha que levar os livros comprados com recursos do PDE e  PDDE. Isso ocorreu desde i segundo semestre de 2011 e todo o ano letivo de 2012”.
E prossegue: “Os novos livros comprados pela escola estavam todos armazenados na sala dos professores por falta de espaço e estantes adequadas, por isso a direção solicitou que o espaço destinada a uma “biblioteca sem funcionamento” fosse desocupado para dar lugar a uma sala de leitura da própria escola equipada com recursos destinados à educação”.
Depois de tentar explicar o inexplicável – o fechamento da biblioteca pública por absoluto descompromisso com a coletividade e sua suposta “privatização” para a “comunidade escolar” – a “equipe gestora” (como se autointitula a diretoria da escola) arremete furiosamente contra o jornalista:
“A direção da escola esclarece ainda que não foi procurada pelo colunista Ademir Braz para conferir a veracidade das informações que ele recebeu. O artigo é mentiroso quando diz que os livros não foram encaixotados. Todos os livros foram encaixotados pela escola e um funcionário da FCCM, responsável pelo recolhimento dos exemplares, decidiu retirá-los das caixas, por conta própria, alegando estar sozinho e não ter condições físicas de carregar as mesmas para o veículo. O objetivo da escola é ter uma sala de leitura que atenda a comunidade escolar com livros novos e um profissional capacitado no local. Isto sim é inovação educacional.
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Gente, eu estou perplexo! Primeiro, os documentos que tenho são cópias dsa correspondências da “equipe gestora”  para o secretário de Educação e deste para a Casa da Cultura. São, portanto, papéis oficiais, o que dispensa qualquer consulta a quem os produziu e remeteu.
Dizer que o artigo é “mentiroso” é outro despautério. A informação obtida junto às fontes confiáveis diz que os livros foram jogados de qualquer forma no caminhão e assim entregues à Casa da Cultura, que há dez ou mais anos nada tinha a ver com bibliotecas públicas, de fato criadas por ela mas dela separadas na gestão de Geraldo Veloso e submetidas à secretaria de Cultura.
Se a “equipe gestora” der um pulinho à Fundação pode ser que ainda encontre os livros do jeito que lá chegaram: uma lástima.
Interessante a história de que a escola fechou a biblioteca pública, mas abriu sua sala de leitura particular “com livros e um profissional capacitado”. Ou seja: a quizília era mesmo com a biblioteca destinada ao público externo.
O resto é conversa fiada, nada interessante à inovação educacional. 

3 comentários:

Anônimo disse...

Veja se entendi, Ademir. Quer dizer q vc prefere uma biblioteca com livros velhos e defasados?

Frequentei a biblioteca q vc falou na pioneira e pra pesquisa só se fosse pra pesquisar traças. Há uma biblioteca bem mais equipada na Praça São Félix e a da escola Mendonça Vergolino não tinha nenhuma serventia.

Ademir Braz disse...

Para mim, anônimo, um livro é um livro - perene e único, quando bom à minha compreensão.
O que assusta,neste episódio, é o descaso com que as sucessivas administrações trataram as bibliotecas públicas municipais. Entrou prefeito, saiu prefeito, todos com o séquito de seus extraordinários assessores e secretários, e nenhum se lembrou de atualizar as bibliotecas.
Nem a escola incomodou-se de cobrar, a quem caberia, a manutenção delas.
Administração sem compromisso com a cidade e os cidadãos dá nisso...

Liz Dolores disse...

Ai é que você se engana, a escola esteve cobrando providencias durante todos esses anos.Querido bem que você enquanto jornalista,escritor e principalmente marabaense defensor dos valores da nossa terra deveria ter encabeçado um trabalho voltado para a organização de boas bibliotecas para o nosso mucípio?Falar é facíl agir é que é muito difícil.