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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Brasília Fashion


Sob o título Tensão no Planalto Central, o deputado estadual Parsifal Pontes (PMDB) comenta em seu blog a vergonhosa lambança em Brasília, por cargos no governo Dilma Roussef. O comentário procede. Leia a seguir:

“O vice-presidente da República. Michel Temer (PMDB) divide com o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Alves, o débito acostado pelos deputados federais da sigla na coluna de perdas do partido na divisão do bolo político da República.
À presidente Dilma Rousseff debita, o PT, o “poucoespaço alcançado pelo partido naquele mesmo bolo.
Está esticado ao extremo o elástico que liga o PT e o PMDB nesta etapa das negociações para o loteamento do segundo escalão do governo. Mas, ele não romperá.
Na semana passada, julgando-se traído pelo ministro da Saúde, a quem ajudou a chegar ao Ministério contrariando o próprio partido, o líder do PMDB, Henrique Alves, protagonizou uma desinteligência telefônica com Alexandre Padilha, que faz movimentos para subtrair do PMDB uma estratégica cabeça de ponte do seu ministério, a presidência da FUNASA.
Dilma Rousseff apelou ao vice-presidente para tentar jogar água fria na fervura peemedebista, enquanto tenta apaziguar os petistas e, de quebra, as demais siglas da composição governista.
Michel Temer, ontem em São Paulo, tirou por menos à imprensa, negando que haja insatisfações e justificando que são comuns estas tensões nas montagens de governos, para em seguida trair-se: "No começo, um pouco de insatisfação é natural".
Em política, “um pouco de insatisfação” pode significar potes cheios de mágoas para serem derramados na propícia ocasião.
O fato é que tanto Michel Temer quanto Henrique Alves, aquele preocupado em manter a liturgia do cargo, e este intuído a atos de reverência servil para lhe pavimentar o caminho à presidência da Câmara Federal no segundo biênio, saíram-se mal no figurino inicial e agora, para remediar, tentam recompor as vestes mal talhadas.
Tal labuta é normal em todos os sistemas e regimes de governo do mundo, à exceção das ditaduras, que pela essência, ditam. Notam-se no Brasil, as querelas com mais ardor, porque a União tem uma quantidade exorbitante de cargos de confiança a distribuir pela Federação.
Nos EUA, a mais rica nação do mundo, o presidente dispõe de não mais que 700 cargos de nomeação direta para distribuir pelos aliados. No Brasil, eles passam dos seis mil.
Ou a República cuida de profissionalizar, através de carreiras, a estrutura orgânica da mecânica administrativa, diminuindo a ingerência política de assunção a determinados cargos, ou este estresse constante de acomodar interesses serão eternos focos de tensão institucional.”

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