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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Demagogia de Maurino lesa alunos e educação


Maurino doa extensão de escola e acaba com área de lazer dos alunos



No dia 6 de setembro recente, o Tribunal Regional Eleitoral ganhou um terreno de 2.250 m² de área para construir o futuro Fórum Eleitoral do Sul do Pará. O espaço privilegiado na VP-7 foi doado pela Prefeitura de Marabá e a cerimônia de lançamento da pedra fundamental contou com a presença do presidente do TRE, desembargador João Maroja,  e do prefeito Maurino Magalhães, entre outras autoridades.
Para atender a um pedido do TRE, o prefeito fez vento com chapéu alheio. Ele precisou mutilar o terreno da escola João Anastácio de Queiroz. A área doada pela Prefeitura é a mesma onde centenas de alunos têm aulas de Educação Física.
Como a Prefeitura não construiu uma quadra poliesportiva, a professora de Educação Física, Lumaylka Oliveira, juntamente com alguns alunos, capinaram uma área dentro dos muros da escola e construíram ali um campinho de futebol, onde meninos e meninas recebem as primeiras lições sobre esporte, basicamente o futebol, e uma improvisação de handebol.
A professora Lumaylka diz que menos de um mês depois que o campo estava pronto, chegaram homens mandados pela Justiça Eleitoral e instalaram no terreno uma imensa tenda para a cerimônia de doação do terreno, que deveria ser usado para construir um ginásio. “A gente queria pelo menos uma quadra simples, mas estão nos tirando a única área que temos para educação física”, lamenta.
Lumaylka desabafa que já é muito ruim trabalhar com alunos no sol escaldante, sem uma quadra coberta. Agora, com a entrega do terreno para a Justiça Eleitoral, ela não sabe em que lugar vai realizar as aulas de educação física, considerada obrigatório pelo MEC (Ministério da Educação) para o Ensino Fundamental.
Ao ser indagado durante a cerimônia de doação da área à Justiça Eleitoral, sobre como vai ficar a educação física das crianças, o prefeito Maurino Magalhães justificou que em breve (ninguém sabe quando será) a Prefeitura vai construir uma escola de tempo integral, atrás do Ginásio Olímpico da Folha 16, com uma quadra poliesportiva, e os estudantes das duas escolas vão compartilhar do mesmo espaço.
Por outro lado, questionado se a doação do terreno à Justiça Eleitoral não coloca em dúvidas a lisura no julgamento de um processo que investiga a possível existência de “Caixa 2” contra a coligação que elegeu Maurino Magalhães prefeito de Marabá, em 2008, o presidente do TRE rebateu essa possibilidade, observando que o processo é contra Maurino Magalhães, pessoa física, enquanto a doação foi feita pela Prefeitura de Marabá.

Ficha Limpa barra Bernadete


A deputada estadual Bernadete ten Caten (PT) é uma dos 14 candidatos paraenses com candidaturas impugnadas com base na Lei da Ficha Limpa, entre os quais os candidatos ao Senado Jader Barbalho (PMDB) e Paulo Rocha (PT). Todos deverão aguardar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a vigência da norma para as eleições deste ano, marcadas para o próximo domingo.
Os 14 candidatos no Estado relacionados pelo MPE com base na Lei da Ficha Limpa são: Antônio Armando (candidato a deputado estadual, TRE negou candidatura, recurso no TSE), Benedito Bandeira Ferreira (deputado estadual, candidatura negada, recurso no TSE), Bernadete Ten Caten (deputada estadual, TSE não julgou recurso do MPF), Jader Barbalho (senador, TSE negou candidatura, e candidato recorreu ao STF), João Bosco Moisés (candidato a deputado estadual, TSE não julgou recurso do MPF), José Roberto da Costa Martins (deputado estadual, TRE negou candidatura, recurso no TSE), Raimundo Oliveira (deputado estadual, recurso do MPF no TSE), Luiz Sefer (deputado estadual, recurso do MPF no TSE), Mário Osvaldo Corrêa (deputado estadual, recurso do MPF no TSE), Nadir Neves (deputado estadual, TRE negou candidatura, recurso no TSE), Nelito Lopes (deputado estadual, recurso do MPF no TSE), Paulo Rocha (senador, TSE negou candidatura, recurso ainda não julgado), Raimundo Santos (deputado estadual, recurso do MPF no TSE), Roselito Soares da Silva (deputado estadual, TRE negou candidatura, recurso no TSE).
Votos serão nulos
Até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida se a Lei da Ficha Limpa valerá ou não nas eleições deste ano, os votos destinados aos candidatos que tiveram seus registros indeferidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ainda que estejam à espera de recurso, serão considerados nulos pela Justiça Eleitoral. No Pará, os deputados federais Jader Barbalho (PMDB) e Paulo Rocha (PT), candidatos ao Senado, foram declarados inelegíveis pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa.
Segundo o secretário judiciário do Tribunal Regional Eleitoral do Pará, Bruno Giorgi, isso significa que se até o dia do resultado das eleições não houver decisão contrária à do TSE, que indeferiu os registros de Jader e Rocha, os votos destinados a eles não serão computados para efeito de totalização. "Os votos aparecerão no sistema, mas não constarão no relatório que será impresso e proclamado pela Corte porque ainda constam como indeferidos, ainda que tenham obtido a preferência da maioria do eleitorado", afirmou. Ou seja, se até o dia das eleições, no próximo domingo, o STF não mudar a decisão, os nomes dos candidatos constarão nas urnas, porém no relatório impresso do TRE a totalização de votos deles aparecerá igual a zero.
Este tipo de resultado é conhecido como "voto de gaveta". Se isso acontecer, Jader Barbalho e Paulo Rocha, que até então vinham liderando as pesquisas, nem aparecerão na lista de eleitos, deixando o espaço livre - ao que tudo indica - para os candidatos Flexa Ribeiro (PSDB) e Marinor Brito (PSOL).
Para evitar essa situação, explica Giorgi, o candidato que teve o registro negado pelo TSE teria que conseguir primeiro o deferimento da candidatura no Supremo até a diplomação dos eleitos, o que deve acontecer no dia 1º de janeiro. Se receber o aval do STF, a Justiça Eleitoral faria novamente a totalização dos votos, agregando na soma os votos que tinham sido anulados.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Presepadas no reino do tigre amazônico

Lá vem Maurino, o jeguenauta, montado no Tigre da Amazônia

Semana passada, Marabá viveu momentos políticos que seriam trágicos se não fossem hilariantes.
As trapalhadas começaram pela Secretaria de Finanças, dia 20 de setembro, ao final de reunião entre vereadores, promotor de Justiça e o ainda prefeito Maurino Magalhães, sobre as contas municipais.
Insatisfeita com os dados apresentados, a vereadora Vanda Américo acabou discutindo com Maurino, que acabou dizendo que o grilo dela eradespeitopor não ser ela a chefe do Executivo e chegou a oferecer-lhe “remédio para dor de cotovelo”.
Isso tudo na frente da imprensa.
Em seguida, segundo o Correio do Tocantins, Maurino aprontou outra presepada com vigilante do Centro Administrativo quando, ao tentar cumprimentá-lo, o servidor recusou-se a apertar sua mão. Maurino insistiu.  O vigia então lhe disse que entre seus deveres funcionais não estava o de apertar a mão do prefeito. O esturro do ainda prefeito mostrou publicamente que ele é, de fato, e seu viés autoritário e vingativo: chamou sua assessora e mandou anotar nome e função do vigia para as providências que o leitor pode imaginar quais seriam. Intimidado, o vigilante foi procurá-lo: “Vossa Excelência, tá aqui a mão”.
Mais com pouco, Maurino chamou os repórteres e ordenou que anotassem: ele, prefeito, tem advogado que vai processar todos os que levantarem acusações infundadas contra seu governo ou falaram mal dele.
, um senhor que estava na calçada cutucou a cobra com vara curta e lascou:
- Então, me processe...
- E quem é você?, Maurino retrucou.
- Sou um dos eleitores que votaram no senhor e hoje estão aqui na fila às 18 horas de um dia para guardar vaga pra ser atendido amanhã no Saci.
- E eu não tenha nada com isso, retrucou o quase ex-prefeito.
Mais tarde a assessora Ana Paula Guedes ligou para a redação do Correio dizendo que Maurino  andava de cabeça quente, mas não era intenção dele criar polêmica e coisa e tal.
no sábado, a patacoada se deu no aeroporto, no meio da turba que esperava o candidato Simão Jatene, em tour pelo município. No meio do povo estava o empresário Demétrius Ribeiro que foi abordado abruptamente pelo ex-secretário de Tião Miranda, Wilson Teixeira, acusando-o de coisas cabeludas e não o agredindo porque entrou no meio a turma do deixa-disso. Mas o assunto virou comentário geral na cidade, na forma de escândalo.
É nesse trote de jegue que o “tigre da Amazônia” não sabe sequer para onde vai...

Revogada censura no Tocantins

Após mandado de segurança impetrado pela Procuradoria Regional Eleitoral no Tocantins (PRE/TO) na tarde deste domingo (26/09), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO) negou provimento à liminar concedida pelo desembargador Liberato Póvoa e restabeleceu a liberdade de imprensa no estado do Tocantins.  Por maioria, o pleno do TRE considerou que a medida fere a Constituição Federal ao impedir a divulgação de fatos anteriormente divulgados por veículos de abrangência nacional e repercutidos pela mídia local.
O procurador eleitoral auxiliar Álvaro Manzano felicitou a decisão do TRE-TO, que novamente permite a veiculação no estado de notícias amplamente divulgadas nacionalmente.  “A decisão restabeleceu o estado democrático de direito”, disse.
O mandado de segurança impetrado pela PRE/TO ressalta que o Estado Brasileiro erigiu como direito fundamental de todos não a liberdade de expressão, mas também o acesso à informação, resguardando-se o sigilo da fonte.  Também não é admitida qualquer forma de censura prévia, resguardado ao seu titular o direito a indenização por abuso desses princípios.  Não significa que esses direitos sejam absolutos.  Devem ser exercidos com responsabilidade, donde decorre a possibilidade de indenização em caso de abusos.  Ao deferir a medida, aponta o mandado, a autoridade coatora jogou na lata do lixo tais princípios, buscando impedir que os cidadãos tocantinenses tenham acesso a informação sobre fatos objeto de investigação pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.  Ressalta que não são as pessoas que são objeto de investigação, mas sim fatos.
A liminar concedida pelo desembargador Liberato Póvoa determinou que todos os meios de comunicação abstivessem-se da utilização, de forma direta, indireta ou publicação, dos dados relativos ao candidato Carlos Gaguim ou qualquer membro de sua equipe de governo, quanto aos fatos investigados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, que envolva Maurício Manduca, obtidos em sede de investigação criminal sob sigilo judicial.  Acaso tenha sido publicado, deveria ser cessado imediatamente, em via falada, escrita em papel ou internet, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil.

Os monopólios do dinheiro, terra e palavra



Reproduzo artigo de Emir Sader, publicado em seu blog no sítio da Carta Maior:

Vale tudo para sacralizar o latifúndio
Três grandes monopólios articulam as estruturas de poder das minorias na nossa sociedade e tem que ser quebrados, para que possamos seguir avançando na construção de uma sociedade econômica, social, política e culturalmente democrática.
O primeiro é o poder do dinheiro, monopolizado nas mãos de algumas instituições financeiras, nacionais e estrangeiras, que se apropriam dele para multiplicar seus lucros especulativos. As altas taxas de juros, o Banco Central independente de fato, contribuem para a manutenção e incremento desse monopólio, ao invés de colocar os recursos financeiros a serviço do desenvolvimento econômico e social de todo o país.
O segundo grande monopólio é o da terra, nas mãos de elites minoritárias que a exploram, por exemplo, sob forma de agronegócios de exportação de soja, com transgênicos, concentrando ainda mais a terra em poucas mãos, deteriorando as condições de cultivo, enquanto outros simplesmente mantém latifúndios improdutivos e uma grande massa de trabalhadores continua sem terra e não temos autosuficiência alimentar. É preciso democratizar o acesso à terra, gerar empregos e alimentos para o mercado interno, o que é feito pela pequena e média empresa.
O terceiro é o monopólio da palavra, exercido pelas famílias proprietárias da velha imprensa, que dirigem empresas sem nenhuma democracia, financiada pelas agências de publicidade e as grandes empresas que colocam anuncio nesses órgãos.
São três grandes monopólios privados, que resistem ao imenso processo de democratização em curso na sociedade brasileira. Esses monopólios têm que ser rompidos, com a democratização do uso dos recursos financeiros, da terra e dos meios de comunicação, para que o Brasil se torne, definitivamente, uma sociedade democrática.

Tiririca e a falsidade ideológica. Só ele?

Reproduzo artigo de Altamiro Borges, publicado em seu blog:

Na semana passada, o Ministério Público Eleitoral de São Paulo denunciou à Justiça, por crime de “falsidade ideológica”, Francisco Everardo dos Santos, vulgo Tiririca, candidato a deputado federal pelo PR. A denúncia foi baseada em entrevista à revista Veja, na qual o humorista disse que declarou à Justiça Eleitoral não ter bens porque colocou todo o seu patrimônio em nome de terceiros, que responde a processos trabalhistas e movidos por sua ex-mulher.
A candidatura do palhaço Tiririca tem causado burburinho. Segundo pesquisa do Datafolha, ele deve ser o deputado mais votado em São Paulo. Sua campanha realmente é exótica. As inserções na televisão são a negação da política. Daí ele estar sofrendo um forte bombardeio da mídia e de muitos candidatos que temem ficar de fora com o fenômeno Tiririca. que o Ministério Público está preocupado com a “falsidade ideológica”, sugiro que ele faça outras denúncias à Justiça:
Outros possíveis criminosos
1. Ele poderia também incluir o presidenciável tucano neste crime. Afinal, José Serra iniciou sua campanha afirmando que seria um “continuador do atual governo”, um “pós-Lula”. Disse que não eraoposição nem situação”. Chegou até a usar uma imagem do presidente no seu programa na televisão. Na sequência, como esta tática não rendeu frutos, Serra partiu para baixaria contra Lula e sua candidata, Dilma Rousseff. Virou porta-voz da direita mais raivosa, fascistóide. Não daria para incluir esta ação, que visa enganar os eleitores, comocrime de falsidade ideológica”?
2. O Ministério Público Eleitoral também poderia investigar vários candidatos demotucanos aos governos estaduais e ao parlamento. Muitos deles evitam colocar em seus materiais de campanha as logomarcas do PSDB ou do DEM e nem sequer citam o nome do presidenciável da coligação. O senador Arthur Virgilio, o mesmo que disse que ia dar “uma surra no Lula”, não mencionou Serra nos primeiros programas na TV. Esta postura mentirosa, de quem teme perder as eleições, também não caracterizaria “crime de falsidade ideológica”, visando ludibriar os eleitores?
3- Por último, o Ministério Público Eleitoral daria enorme contribuição à democracia se também investigasse os “crimes de falsidade ideológica” da chamada grande imprensa. Seus manuais de redação firmam como princípio que será respeitada a pluralidade de opiniões e que os veículos serão pautados pela neutralidade e imparcialidade. Na geral, porém, a maior parte da velha mídia não segue seus manuais. Até as concessionárias públicas, as emissoras de rádio e TV, ferem este princípio. O que se nota é a mais abjeta manipulação, com a mídia assumindo o papel de partido político, de comitê eleitoral do Serra. Além de ferir a Constituição, esta prática não poderia ser qualificada comocrime de falsidade ideológica”, visando manipular os leitores e eleitores?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O bezerro de ouro

Assistindo ao espetáculo que foi a Cavalgada de abertura da Feira Agropecuária de Xinguara, no dia 18 de setembro fiquei impressionado com a grandiosidade do evento, os inúmeros cavalos enfeitados, com seus cavaleiros e amazonas, as carroças, os carros antigos puxados por bois fortíssimos... até uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, com um locutor profissional fazendo uma oração. 
Contemplei a apresentação de várias fazendas, destacadamente, daquelas pertencentes ao “Grupo Quagliato”.
Em primeiro lugar, desfilou a comitiva da Fazenda Rio Vermelho, a qual estava muito bonita, com expressivo numero de animais e trazia uma faixa parabenizando o povo de Xinguara. Naquele momento, lembrei-me de que dentro dessa fazenda existem 2.000 hectares de terra pública pertencente à União Federal, que foram indevidamente apropriados pelo “Grupo Quagliato”. Recordei-me também que este imóvel foi classificado neste ano como improdutivo pelo Incra, não cumprindo a sua função social, diante da existência de 11.000ha sem nenhuma utilização e com desmatamento ilegal, bem como de quantas denúncias de trabalho escravo foram feitas, desde os idos de 1980.
 Em seguida, foi a vez da Fazenda Brasil Verde, igualmente bonita, com belos animais e muitos enfeites, exibindo uma faixa onde dizia:  “Parabéns ao Sindicato Rural”. Esta fazenda também foi alvo de diversas denúncias de trabalho escravo, que deram origem inclusive a processo criminal, que ora tramita na Comissão de Direitos Humanos da OEA.
Logo após estavam ainda a Fazenda Colorado e a Fazenda São Sebastião. Como não me lembrar que a fazenda Colorado também já foi denunciada pela prática de trabalho escravo? E que assim como a Fazenda Rio Vermelho e a Fazenda Brasil Verde já apareceu na “Lista Suja” do Ministério do Trabalho? Esta “lista” relaciona todos os imóveis que foram flagrados escravizando trabalhadores.
Por fim, passou a Fazenda Santa Rosa, com uma grande e bonita comitiva, ocasião em que me veio ocorreu a lembrança de que, assim como a Fazenda Rio Vermelho, este ano também a Fazenda Santa Rosa foi classificada como improdutiva pelo Incra, uma vez que não cumpre a sua função social.  
Tem-se noticia ainda de que em vários imóveis do “Grupo Quagliato” foi verificada a prática de crimes ambientais.
Diante de tudo isso, fiquei refletindo sobre que oração poderia ser feita a Nossa Senhora Aparecida? O “Grupo Quagliato” é riquíssimo, com propriedades no Pará, Goiás e São Paulo, mas de onde vem essa riqueza? Será que a historia desse enriquecimento não teria sido feita com suor e lágrimas do povo? Será que se trata de um enriquecimento realmente justo?
Qual seria o sentido dessa oração a Nossa Senhora? Será que todos esses grandes fazendeiros, membros do Sindicato Rural, rezavam para que esse enriquecimento injusto - segundo o Evangelho - continuasse? Será que nesta região o gado não se tornou também um ídolo como o bezerro de ouro no Livro do Êxodo (Ex, 32,1-8)?
No auge dessa grande festa, em cujo centro está o boi e a riqueza que gera para poucos, tivemos o Evangelho do domingo, 19 de setembro, que falou sobre a parábola de Jesus acerca do “dinheiro injusto”, que por medida de prudência deve ser partilhado (Lc, 16, 9).
Em Santana do Araguaia, na Praça da Bíblia tem uma grande escultura da Bíblia, diante da qual a alguns metros, há uma imensa estátua de um boi. O que escolher: o bezerro de ouro ou a palavra de Deus? O livro do Êxodo, fala que o povo de Deus, na sua caminhada rumo à Terra Prometida, se revoltou contra o Deus que os tinha libertado do Egito porque a Sua Lei – diferente da lei dos homens - era dura demais e por isso passaram a adorar o bezerro de ouro.  
Será que o bezerro de ouro não se tornou hoje também nessa região o deus de muitos? (Frei Henri Burin des Roziers, Advogado da Comissão Pastoral da Terra)

Chega, pelamordedeus!

Residentes na Praça Duque de Caxias e vizinhanças perderam a tranqüilidade. Queixam-se que de seis às seis e meia da manhã ninguém mais consegue dormir ou relaxar por causa da música absurdamente alta que toca sem parar na aparelhagem da catedral, atrás da Câmara de Vereadores.
- E como se não bastasse, a poluição sonora volta a repetir-se das18h00 às 19h30, quando começa a missa. Já pedimos providências à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e o funcionário vem com a conversa fiada de que controle de decibéis em igreja é coisa complicada. A verdade é que ninguém na administração impõe a ordem pública e nós não aguentamos mais.

Terras do Bradesco

Não são só fazendeiros e integrantes de movimentos como o MST que estão envolvidos em conflitos de terra no Sudeste do Pará, diz reportagem do alor Econômico desta segunda-feira (27/09).  No município de Tucuruí, distante três horas de Marabá, o Banco Bradesco tenta fechar um acordo com um grupo de moradores urbanos que ocupou uma parte da Fazenda São Sebastião, de propriedade da instituição.  O Bradesco ingressou na Vara Agrária de Marabá com uma ação de reintegração de posse.  A juíza Cláudia Regina Moreira Favacho Moura tenta solucionar a disputa por meio de uma conciliação.

A Fazenda São Sebastião foi arrematada em um leilão pelo banco em 2008.  Até março de 2009, a área era ocupada por uma imobiliária.  Dias após a saída da empresa, a propriedade foi invadida.  Hoje, há 450 famílias no local.  Uma solução para o problema, segunda a juíza Cláudia Moura, seria a venda de lotes para os moradores.  De acordo com a proposta, a Justiça fixaria o valor dos lotes, em três faixas distintas, conforme a localização do imóvel, que poderia ser pago em prestações mensais.  "Se eu deixar para o banco fixar um valor, ficará muito caro.  Se eu deixar para as famílias, o preço será muito baixo", diz a juíza, ao lembrar que um acordo será benéfico para os dois lados.  A magistrada diz que recentemente fechou um acordo nos mesmos moldes com uma empresa e moradores do município de Eldorado dos Carajás.
Os valores ainda não foram propostos pelo Judiciário, o que será feito a partir de visitas no local com peritos do Incra.  Por enquanto, as negociações são prematuras e longe de uma solução.  "Não podemos fazer a cobrança individualizada, até porque o banco não tem serviço de corretagem.  Vamos ouvir a proposta, mas a situação é muito difícil", diz Carlos Rodrigues Vieira, gerente do Bradesco da agência de Tucuruí.  "Ninguém sabia que o lote era do Bradesco", afirma Jaírson Barrata de Neves, representante da associação de moradores que ocupou o local.  De acordo com ele, todas as famílias que vivem lá são de baixa renda.

Censura não tem fim

Em tese, a censura à imprensa acabou com a extinção da miserável Lei de Imprensa. Só em tese, porque volta e meia tem sempre quem se ponha vetar, impedir, coibir a expressão livre do pensamento ou a divulgação de fatos reais envolvendo autoridades que NÃO estão acima do bem e do mal, muito pelo contrário...  
Veja o exemplo mais recente.
Decisão de um desembargador do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Tocantins proibiu veículos de comunicação de publicar informações que relacionem o governador Carlos Gaguim, candidato à reeleição pelo PMDB, com um suposto esquema de fraudes a licitações, investigado pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo). A liminar dada pelo desembargador Liberato Póvoa nesta sexta-feira (24/9) proíbe também que a imprensa relacione outros integrantes do atual governo com a investigação. Póvoa fixou uma multa de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento da decisão. Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, a liminar atende a ação apresentada pela coligação do governador, que argumentou que adversários estavam usando reportagem de uma TV local sobre o caso para atacá-lo na campanha.

Justiça nos trilhos em Marabá

A organização Justiça nos Trilhos esteve em Marabá nos dias 24 e 25, na Universidade Federal do Pará –UFPA, para participar do encontro dos atingidos pela mineração da região sul e sudeste Paraense promovido pelo Movimento Debate e Ação em parceria do Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra- MST e Comissão Pastoral da Terra- CPT.
Na oportunidade, o advogado Danilo Chamma e o padre Dário, representantes da entidade, que lutam contra os danos causados ao meio ambiente e à população pelo modelo de desenvolvimento considerado injusto ao longo da ferrovia da Vale, no corredor Carajás, afirmaram que as pessoas necessitam entender seus direitos para exigi-los perante as imposições da mineradora.
Padre Dário Alertou, “o trem da vale atravessa cidades do Pará e Maranhão carregando 50 milhões de reais diariamente, que nada contribuem para as populações dessas localidades”.
O advogado Danilo Chamma denunciou “a Vale é responsável por uma série de atropelamentos nas ferrovias, em 2007 morreram vinte e quatro pessoas, em 2008, mais nove mortes foram registradas, além de 2860 acidentes ao longo da ferrovia nesses últimos anos”.
A Vale também é acusada pela entidade, de não pagar multas aplicadas pelo IBAMA, além de consumir anualmente 1,2 bilhões de metros cubos de água por ano, correspondente ao consumo médio de 18 milhões de pessoas.
No término das atividades do dia 24, ainda foi apresentada a peça teatral “Que Trem é Esse”, do grupo JUPAZ de Açailândia-MA, enfocando as principais dificuldades enfrentadas pelas cidades que são cortadas pelos trilhos da Vale, ao todo 21 municípios maranhenses e quatro paraenses.  
No dia seguinte, 25, os membros da entidade visitaram os bairros da Coca –Cola, e Km 07, onde foi abordado pelos moradores os entraves causados pela ferrovia, como atropelamento, rachadura das casas e quebra de telhas pela trepidação do trem.
Para a justiça dos trilhos, a Vale teria que indenizar essas comunidades, participar do desenvolvimento dessas cidades e povoados e destinar uma parcela fixa de seus lucros para os atingidos. (Márcio Zonta)