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sábado, 24 de julho de 2010

A mercantilização da fé

Caro amigo e colega Ademir:

Teu blog cada vez mais reflete a tua formação intelectual multifacetada. Já tive oportunidade de falar-te sobre o que penso acerca do ínfimo aproveitamento dos valores intelectuais e morais de Marabá, pois existe muita gente que poderia estar contribuindo para o desenvolvimento e melhoria das condições gerais de nossa terra e que vive ao largo, execrada e rejeitada pela tirania da mediocridade que impera na política e administração pública. Quanto ao assunto sob enfoque, confesso-te que me preocupa sobremaneira e cada vez mais, a direção que se dá à vivenciação da fé. O relacionamento com DEUS é a coisa mais importante na vida do homem, penso eu e muitos, pois temos dentro de nós um vazio que tem o formato DELE e só por ELE pode ser preenchido. Esse vazio provoca uma insaciedade permanente, que os bens materiais, riquezas, poder e louvores do mundo não podem satisfazer. O homem sem DEUS está sempre a buscar algo que desconhece e não sabe onde encontrar, uma felicidade inatingível, como nos versos de Vicente de Carvalho:

"Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,

Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos."

Por isso o homem é tão vulnerável diante da dor e dos problemas e se torna facilmente manipulável e explorado em sua ignorância sobre as coisas de DEUS.
Se colocarmos DEUS em nossas vidas e as nossas vidas em DEUS, passaremos a ter, não a ausência de problemas, até mesmo porque JESUS nos diz que "no mundo teremos aflições”, mas que ELE venceu o mundo por nós, e por isso temos uma confiança e uma segurança de que os problemas serão ultrapassados, porque "NELE somos mais do que vencedores".Encontraremos a paz e a felicidade em meio a tormenta, a paz "que o mundo não pode nos dar", só o Príncipe da Paz. Assim sendo, não se compra a presença de DEUS em nós e não se barganha com ELE sobre a concessão de suas bênçãos, pois estas são alcançadas "buscando em primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça, para que todas as demais coisas nos sejam acrescentadas". Não se encontra DEUS partindo da matéria para o espiritual, mas sim tomando a espiritualidade como ponto de partida. A mercantilização, e consequentemente a banalização do agir de DEUS. são abomináveis e um dia serão cobradas de quantos assim procedem. Demora um pouco, pois o agir do SENHOR não tem pressa, já que ELE dá ao homem toda a oportunidade de se redimir e retroceder de seus maus caminhos, como nos é dito de Eclesiastes 8.11: "Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal".
O homem pensa que ninguém está vendo, nem DEUS, e continua a praticar o mal que o consome. Os que já foram alcançados pela Verdade que liberta devem proclamá-la e levá-la a quantos possam alcançar, com "decência e ordem" como aconselha Paulo, e obedecendo à Palavra que diz "de graça recebeis, de graça deveis dar".
Quanto ao dízimo, este foi instituído desde o principio e o livro de Gênesis já nos fala dele e representa o reconhecimento e a gratidão do homem pelo que DEUS lhe dá, fazendo com que devolva a ELE as primícias que Lhe pertencem, contribuindo para o desenvolvimento de Sua obra. Este reconhecimento e essa gratidão são tão exigíveis, inarredáveis e firmes para DEUS, que em Malaquias 3.10 nos é dito: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós benção sem medida".
É a única passagem bíblica em que DEUS nos manda fazer prova com ELE. Portanto, a obrigação do cristão é devolver a DEUS as primícias de sua vida. Quanto à correta utilização destas, é responsabilidade dos pastores e se eles não usarem de forma correta, digna, honesta e coerente com a vontade divina, isso lhes será cobrado, talvez em um tempo em que não mais poderão arrepender-se. A verdade é que as coisas e os usos e costumes do mundo estão invadindo a igreja, fazendo a mistura do "limpo e do imundo", do "santo e do profano", que tanto desagrada a DEUS.Porém como foi dito a Elias, existe ainda muita gente que não se contaminou e nem dobrou seus joelhos ao mundanismo.

O amigo e colega
Plínio Pinheiro Neto

2 comentários:

Anônimo disse...

Plinio Pinheiro é um exemplo vivo do que Deus pode fazer de mudança na vida de um homem que abre verdadeiramente seu coração para Ele.

Ademir Braz disse...

O Plínio é mesmo uma pessoa maravilhosa.