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sexta-feira, 8 de maio de 2009

A praça, o santo e os ladrões

Recebi do editor da Revista Foco, Laércio Ribeiro, com pedido de publicação: “Vista num cartão postal, a Praça São Francisco, em Marabá, provoca um certo sentimento de nostalgia. E, de fato, aquele logradouro já se tornou elemento inalienável da vida do marabaense, especialmente dos que residem no núcleo Cidade Nova. De domingo a domingo, a praça se tornou ponto de encontro de pessoas de todas as idades, muitas das quais procuram seus barzinhos para um bate-papo no final do dia. A aglomeração se intensifica depois das nove da noite, porque é para lá que vão famílias inteiras depois da missa ou do culto. Mas a Praça São Francisco está perdendo significado na vida de muitas pessoas. O motivo? Muito simples: a praça há muito tempo está despida de segurança. Ao que parece, o local que atrai tanta gente não encanta muito os homens de farda. Sem ninguém para intimidá-los, os bandidos estão fazendo a farra. As principais vítimas são condutores de veículos ou mocinhas desacompanhadas. Estas são espreitadas na volta para casa e sucumbem indefesas nas garras dos larápios que, geralmente em número de dois ou mais, arrebatam de suas vítimas aparelhos celulares, bolsas e outros acessórios. Já os donos de veículos são pressionados na chegada e na saída por menores e marmanjos que se posicionam nos estacionamentos oferecendo os serviços de uma certa “vigilância”, que, que eu saiba, não guarda coisa nenhuma. Sim, porque até hoje nunca ouvi falar que um desses guardadores de carro tenha evitado um furto ou que tenha se embolado com o ladrão pelo chão para evitar que o elemento botasse a mão no veículo do qual ele, ao preço de uma gorjeta, se constituiu fiel depositário. Na verdade, na Praça São Francisco, o número de furtos de veículos nos estacionamentos, especialmente motocicletas, aumenta na mesma proporção em que cresce a quantidade de guardadores de carro. O condutor mais precavido que vá à praça a pé e deixe a moto em casa. Ou então que procure ficar bem próximo de seu veículo, e curta seu passeio do jeito que versa o ditado: com um olho no padre e outro na missa. E, por falar em padre, a praça fica defronte à igreja do santo que lhe emprestou o nome. É, mas ao que parece nem o santo os bandidos respeitam mais. São Francisco que se cuide ou, qualquer dia desses, vai procurar e não vai achar o cordão.”

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