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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A política corrupta e um exemplo porreta

Os eleitores podem voltar às urnas no município maranhense de Joselândia, distante 371 km de São Luis. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou o registro de candidatura do prefeito eleito, Marcelo Queiroz de Abreu (PMDB). Também foi cassada a vice-candidata Jaqueline Feitosa (PMDB). Eles foram acusados de compra de votos. Um novo pleito deve ser realizado porque os votos de Marcelo serão anulados. Ele recebeu 62% dos votos. Com isso, mais de 50% dos votos válidos serão anulados. Orleans Carvalho (PRB), segundo colocado, recebeu 37% dos votos. Caso idêntico se dá em Redenção, onde o ex-prefeito Wagner Fontes teve seu registro igualmente cassado por contas não aceitas. Wagner Fontes teve 59,3% dos votos válidos. PJC, o segundo mais votado com 34,12%, andou soltando fogos inúteis, achando que seria empossado. Enquanto isso, em Rondônia, um dia após ser cassado, o governador Ivo Cassol, atualmente sem partido, obteve liminar garantindo seu mandato, concedida na noite de quarta-feira (5) pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Arnaldo Versiani. O diploma de governador de Cassol fora cassado na terça-feira (4), junto com o do senador Expedito Júnior (PR), TRE de Rondônia, por abuso de poder e compra de votos durante as eleições de 2006. O TRE também havia cancelado a eleição em que Cassol foi reeleito, marcando novas eleições para governador do estado no dia 14 de dezembro. Com a decisão de quarta-feira, Cassol continuará no cargo até a publicação do acórdão, e poderá entrar com recurso no próprio tribunal regional. No meio dessa furupa toda envolvendo corrupção eleitoral, parece que a melhor saída será adotar o exemplo que vem de um município baiano. Em Bom Jesus de Itabapoana, do total de 26.863 eleitores que compareceram às urnas, 20.821 ((89,23%!) cidadãos conscientes decidiram anular o voto! É que o candidato a prefeito não servia e a população cuidou de eliminá-lo no voto. Agora o TRE terá que fazer nova eleição e o candidato reprovado não poderá se candidatar novamente. O interessante é que esse fato não foi divulgado em nenhuma mídia baiana ou do resto do Brasil, até agora.

Ficar pra quê mesmo?

“Li em um jornal local que o vereador Miguel Gomes Filho (PP), o Miguelito, presidente da Câmara Municipal, está contrariado com a criação de um chamado Grupo dos Sete, formado por vereadores eleitos e reeleitos em 5 de outubro passado. O motivo: Miguelito vê ameaçada sua pretensa reeleição ao cargo máximo do Legislativo Municipal. Creio que ele se esqueceu que isso faz parte do processo democrático e que uma das características da verdadeira, da legítima democracia, é a alternância do poder. Se ele esqueceu, é bom que alguém o ensine novamente. Ademais para que Miguelito Gomes Filho quer ser o presidente perpétuo da Câmara Municipal de Marabá? Para continuar legislando em causa e interesses próprios? Para continuar elogiando o prefeito da vez, dizendo que é o "melhor do mundo", como o faz sempre que fala de Tião Miranda? Para novamente virar a casaca, como fez nas últimas eleições? Para continuar se elegendo na base do assistencialismo? Para quê, afinal? Em todos esses anos de vereança, quais os projetos apresentados por ele e aprovados por seus pares que beneficiaram diretamente a população de Marabá? Dá para contar pelo menos uns 10? É difícil... Deve, portanto, o pretenso presidente vitalício da Câmara Municipal aquietar-se no seu canto e deixar a vez para quem está chegando ou retornando, a quem as urnas julgarão em 2012, de acordo com o comportamento deles. (Charles Zenaldo de Oliveira Rodrigues, eleitor – Charles_zen@yahoo. com.br)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Buiunas e lagartos

O Correio do Tocantins de terça-feira, 4 de novembro, publicou uma foto para a história política recente de Marabá: as vereadores Júlia Rosa (PDT, reeleita) e Toinha (PT, eleita e ainda não empossada) abraçadas com o médico Nagib Mutran Neto (PMDB), também recém-eleito à Câmara Municipal. Durante anos, desde o início de sua carreira, Júlia Rosa sempre foi tida como radicalmente contrária à práxis eleitoral dos Mutran, assim como, mais recentemente, os militantes do PT a que pertence a professora Toinha. Ambas, aliás, foram eleitas na coligação de Bernadete ten Caten, em contraposição ao PMDB de Asdrúbal Bentes que, sem futuro nenhum na sua pretensão de chegar à prefeitura, abandonou a fragata cambaleante e bandeou-se para os lados de Maurino Magalhães, o prefeito eleito. Diz o jornal Correio do Tocantins que o acordo que mandou às favas ideologias, cerimônia e desafetos aconteceu às 23 hs de segunda-feira (3/10) “após 2 horas de reunião a portas fechadas na casa da vereadora Júlia Rosa (PDT)”. O objetivo: decidir a eleição para presidente da Câmara na legislatura que tem início em 1º de janeiro de 2009. Na foto, além das duas professoras e de Mutran Neto, os novos eleitos: Edvaldo Motoboy (PPS), Alécio da Palmiteira (PSB), Gerson do Badeco (PHS) e Antônio da Ótica (PR). Eles mesmos se intitularam de Grupo dos Sete. Maioria, numa Casa de 13 membros. “A intenção da aliança, assumiram, é fazer frente a grupo que já estaria se articulando de outro lado, também com vistas a fazer o presidente da Câmara. A diferença neste caso, dizem, é que não foi discutido um nome para encabeçar chapa, mas que esse nome sairá do grupo, assim como outros dois componentes da mesa. O G7 se manteria unido para fazer também a presidência posterior, na segunda metade do mandato. Acompanhavam o grupo, além de assessores, o vereador da atual legislatura e ex-presidente da Casa, Ferreirinha (PSB) e o ex-vereador Badeco, pai de Gerson”. Miguel Gomes Filho, reeleito e ainda presidente do Legislativo mindinho, com aspiração de reeleger-se, andaria dizendo buiúnas e lagartos do G7. Triste cidade...

O submundo manda lembranças

A marabaense Deusivânia dos Santos Souza, 25, doméstica, foi assassinada hoje, aí pelas oito e meia da manhã, num dos trechos mais movimentados da rodovia Transamazônica dentro da área urbana da Nova Marabá. Seguida desde sua casa na Folha 34, em frente ao Hospital Regional do Sudeste do Pará, de onde seu marido foi há pouco tempo removido para tratamento em Belém, vítima de pistolagem, Deusivânia levou seis tiros na cabeça e dois no pescoço, disparados por dois pistoleiros trafegando numa motocicleta. O mototaxista que a conduzia também saiu ferido e, segundo os médicos, pode ficar paraplégico. A vítima era mulher do cabo PM Agacy Ferreira da Silva, suposto líder do grupo de extermínio desarticulado pela Polícia Federal na “Operação Matamento”, ao fim de julho de 2007, em investigação sobre tráfico interestadual de drogas entre o Tocantins e o Pará. À época foram presos os policiais militares: cabos PM Agacy Ferreira da Silva e Carlos Sousa Jansen; e os soldados Ronaldo Soares Aragão, Clebes Rithon Clebes Lopes Moreira, Júlio da Paixão da Silva Júnior e Adalto Lopes de Souza (licenciado). Deusivânia, a Vânia, também foi presa na mesma oportunidade, assim como outros civis. Nenhum passou muito tempo na prisão. A Polícia Federal também apreendeu 2 quilos de cocaína, 4 motocicletas, três pistolas calibre 380, 2 revólveres calibre 38 e vários aparelhos celulares. Cabo Jansen foi morto a facadas dia 18 de outubro recente por uma gangue na orla do Tocantins. Um dos suspeitos da sua morte, o adolescente Deuzimar Batista Silva, o Doca, teve, ainda vivo, a cabeça separada do corpo e atirada na praça central da Marabá Pioneira, à madrugada de 19 de outubro, por dois assassinos trafegando uma moto. Já então o cabo Agacy estava internado em razão de duas tentativas de homicídio: dia 15 de setembro deram-lhe dois tiros na cabeça no centro da Nova Marabá, e outros dois, igualmente na cabeça, quando ainda ocupava o Posto de Clínicas Cirúrgicas do Hospital Regional. Policial civil confidenciou ao repórter acreditar em três possibilidades para a morte de Deusivânia: a) vingança de familiares de vítimas do grupo de extermínio; b) queima de arquivo, a partir dos próprios integrantes da quadrilha; c) a mando do próprio Agacy, que estaria inconformado com o fato de Vânia supostamente ter arranjado outro parceiro. “Observe que são assassinatos seletivos interligados”, disse meio enigmático.